sábado, 14 de fevereiro de 2015

Resposta da Letícia Lanz. Valeu, amiga.

Hoje, 14/02/2015, ao pesquisar sobre o assunto Crossdresser e Religião, encontrei a resposta à uma pergunta feita à Psicóloga Leticia Lanz, que no qual a resposta me deu encorajamento.

Agradeço a Deus e à Leticia Lanz, pelo entendimento e compreensão. Agora só falta a compreensão do resto da família...

Beijos. Segue link da matéria.

http://www.leticialanz.org/mitos-sobre-crossdresser/

E segue a o post de resposta da Letícia Lanz.
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Sandrine Martinez says:

Cara amiga Letícia Lanz. Foi muito bom ter encontrado o seu site. Pude descobrir histórias incríveis. Sou crossdresser desde meus 12 anos, e minha família (tradicional e evangélica) nunca aceitou, apesar de também ser evangélico. O que eu poderia fazer neste caso? Há a possibilidade de entendimento, mesmo se tratando de um assunto tão delicado e fugaz? Considerar os mandamentos bíblicos e os dogmas eclesiásticos vai além da compreensão humana? Aguardo uma resposta ou uma ajuda.
Super beijo!

  • Letícia Lanz says:


    Olá Sandrine,
    Essa é uma escolha sua e somente sua. O que é mais forte dentro de você? O dogma ou a realidade do desejo? E lembre-se que, em todas as religiões, os estruturadores da doutrina sempre tiveram o cuidado de fazer com que o dogma tenha total prevalência sobre o desejo, em geral considerado até mesmo de origem demoníaca se estiver em oposição a algum preceito doutrinário. Pessoalmente, o jogo religioso é um jogo do qual eu participo porque tanto as regras quanto os resultados já estão previamente definidos, o que simplesmente exclui a participação do jogador, de todo e qualquer jogador. Jogar pra que, se todo movimento que eu fizer vai me levar a um resultado que já está programado? Jogar pra que se não tenho chance de usar o meu livre-arbítrio (muitas vezes defendido pela própria doutrina) para alterar o meu curso de vida? Parece ser exatamente a encruzilhada existencial em que você se encontra e que a sua religião só tem a lhe dizer que desista de seguir adiante porque esse território está interditado de acordo com Deuteronômio 22:5 (Não haverá traje de homem na mulher, e nem vestirá o homem roupa de mulher; porque, qualquer que faz isto, abominação é ao Senhor teu Deus). Mas aí eu levanto pra você a seguinte questão: se você resolve desistir do seu crossdressing em função desta cláusula (e em respeito à sua fé), penso que será necessário você cumprir integralmente TODOS OS DEMAIS DISPOSITIVOS DO DEUTERONÔMIO, UMA VEZ QUE NÃO FARIA SENTIDO CUMPRIR APENAS UM DISPOSITIVO (E OS OUTROS? POR QUE EXATAMENTE ESSE FOI O ESCOLHIDO E NÃO OS DEMAIS? Ai você vai ter que levar à risca as determinações bíblicas – e não somente essa do versículo 22:5. No próprio Deuteronômio você encontrará “verdadeiras pérolas de conduta sábia” que deverá seguir sem nenhum desvio ou relativização. Por exemplo, no Deuteronômio 23:2 está estabelecido que “nenhum bastardo entrará na congregação do Senhor; nem ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor”. Para cumprir essa “determinação do Senhor” você terá que solicitar a certidão de casamento (religioso, suponho) de todos os membros da sua assembleia religiosa até a sua décima geração…